segunda-feira, 7 de junho de 2010

Arte de criar pombos-correios contagia milhares de esportistas em todo mundo!


Importante ferramenta de guerra. Atuavam como mensageiros entre os soldados nos campos de batalha e suas respectivas bases. Hoje, aposentados das funções militares, movem um hobby que impressiona pelas proporções que atinge mundo afora. Estamos falando dos Pombos-Correio e da columbofilia, a prática de criá-los para competição.


É que o apurado instinto que essas aves têm de voltar para o local onde cresceram propicia um badalado universo de torneios que consistem basicamente em soltar pombos em regiões distantes de seus criadouros de origem com o objetivo de que retornem a eles o mais rápido possível. Todos os anos, no mundo inteiro, são promovidos centenas - muitas vezes milhares - desses campeonatos, também chamados de corridas. Na Europa o prêmio pode chegar a US$ 1 milhão.


Mas foi com a transmissão de mensagens pessoais, especialmente as de amor, que esses animais ganharam fama. "Um mito comum em torno dos pombos-correios é o de que eles levam mensagens para qualquer lugar. Eles só retornam ao local de origem, por isso só podem levar cartas de amor para o marido ou a esposa que ficou em casa", esclarece Wallace Magalhães, criador de pombos, que mantém um criadouro na Bei Cantoni Cama e Café.
Onde tudo começou

A história da columbofilia remonta dos idos de 6000 a.C. Foi uma das primeiras aves domesticadas, por volta do ano 3 mil a.C. A partir do ano 1.800 a.C., passou a ser usada para levar mensagens. As primeiras referências, além das bíblicas, são da quinta dinastia egípcia, cerca de 3 mil anos a.C.
O pombo foi um dos primeiros animais domesticados e o homem logo descobriu a utilidade que o faz sempre retornar. Desse modo, ao partir para longas viagens ou campanhas militares, bastaria levar alguns pombos domesticados para mandar mensagens de volta ao lar, amarrando-as em anéis presos às suas patas. A técnica fez com que assumissem função tática fundamental em guerras, ao levarem de volta informações do campo de batalha.
Originária da Bélgica, nos meados do século XIX, a columbofilia tem inúmeros seguidores. O pombo-correio atual é ave de migração e costuma voltar aos mesmos lugares. Surgiu de cruzamentos entre raças belgas e inglesas, efetuados na segunda metade do século 19. E foi selecionado para apurar suas características principais: o sentido de orientação, a velocidade e a resistência à fadiga (chega a percorrer de 700 a mil quilômetros por dia).
No Brasil a arte foi difundida em 1933, no governo Getúlio Vargas, como meio de comunicação. Mas já na década de 60, com o advento dos veículos de comunicação de massa, a prática columbófila voltou-se para a competição.
Velocidade e categorias

Pombos competidores altamente treinados são capazes de alcançar distâncias de 800 km numa velocidade maior do que 100 km/h. Eles são levados ao local da competição e, depois de soltos, guiam-se por ondas eletromagnéticas, pelas quais seguem em linha reta até chegar em casa, onde fixaram residência.
As corridas entre pombos-correio têm quatro categorias, definidas pela distância: velocidade (até 300 km), meio fundo (de 300 a 500 km), fundo (de 500 a 100 km) e grande fundo (acima de 1000 km).
Senso de direção

Não se sabe exatamente como os pombos conseguem descobrir o caminho de volta para o local em que cresceram. Uma das teses defendidas é que se orientariam pelo campo magnético da terra. Outra acredita que se guiem, sobretudo, por odores da atmosfera. Seja como for, uma coisa é certa: salvo raras exceções, o instinto de retornar se dá exclusivamente em relação ao lugar em que nasceram ou a que foram levados com até cerca de 1 mês de vida.
Saúde

Bem diferentes dos pombos de cidade, conhecidos por causarem freqüentes incômodos de ordem sanitária, estética e higiênica nos grandes centros urbanos, os pombos-correio são 100% saudáveis porque são tratados por meio de vacinas e medicamentos de uso contínuo, que combatem parasitas e doenças. Alimentam-se de rações balanceadas e suplementos vitamínicos.
Curiosidades

Usados há milhares de anos para o envio de mensagens, os pombos são personagens comuns em contos, lendas e até na Bíblia. Foram fundamentais em diversos momentos da história, como os apresentados a seguir:
* O faraó egípcio Ramsés III divulgou sua subida ao trono através dos pombos-correios;

* Os pombos também eram usados no Egito para anunciar a subida das águas do rio Nilo;

* No Império Persa havia um representante da administração pública responsável pelo controle do envio de mensagens através de pombos-correios;

* O rei Salomão utilizava, exclusivamente, pombos-correios na transmissão das suas ordens aos governadores das províncias do seu império;

* Na Grécia Antiga, as cidades-estado recebiam, através dos pombos-correios, os resultados dos jogos olímpicos;

* Os romanos, no período da ocupação da Gália, enviavam noticias a Roma através de uma série de pombais escalonados;

* Em 1288, no Cairo, eram empregados 1900 pombos-correios no serviço postal regular;

* O Sultão Nur-Eddin (séc. XII) criou um serviço postal por pombos-correios entre Bagdad e todas as cidades do seu Império;

* Joinville, nas suas "Crônicas", relata o relevante papel desempenhado pelos pombos-correios durante as Cruzadas à Terra Santa;

* Na Idade Média, só aos senhores feudais e ao clero era autorizada a criação e detenção de pombos-correios, regra abolida apenas com a Revolução Francesa, em 1789;

* Em 1815, a primeira notícia que chegou em Londres sobre a derrota de Napoleão em Waterloo, foi transmitida pelo Ministério da Guerra londrino através do telégrafo. Mas a mensagem chegou incompleta, dizendo: "Wellington defeated..." (Wellington derrotado), esta notícia causou o pânico na opinião pública e a bolsa entrou em queda. O banqueiro Rothschild, que utilizava regularmente os pombos-correios nos seus negócios, tinha alguns deles na zona de combate. Assim, ele recebeu a informação correta e adquiriu, por valores irrisórios, a maior parte dos títulos e ações comercializados na bolsa. No dia seguinte, chegou o telégrafo com a notícia correta: "Wellington defeated french army" (Wellington derrotou o exército francês), o que causou uma alta na bolsa e, consequentemente, lucros gigantescos para Rothschild;

* Por volta do ano 1900, a empresa francesa Compagnie Général Transatlanti recebia noticias dos seus navios através de uma rede organizada de pombos-correios;

* Na Primeira Guerra Mundial, mais de 30 mil pombos foram utilizados nas frentes de combate. A Alemanha, reconhecendo o perigo representado pelos pombos-correios, ordenou seu extermínio nas regiões ocupadas;

* Durante a Segunda Guerra Mundial, sempre que as comunicações via rádio eram interceptadas ou perturbadas pelos adversários, os pombos-correios eram utilizados;

* Em 1948, o governo português concedeu o Estatuto de Utilidade Pública ao pombo-correio;

* Na década de 50, na Argentina, cerca de 60 mil pombos ainda serviam como meio de comunicação postal;

* Durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), a criação de pombos-correios foi proibida no Brasil, pois segundo os militares, facilitariam a transmissão de informações de caráter subversivo;

* A columbofilia continua, em diversos países, como Espanha ou Cuba, sob a fiscalização do Ministério da Defesa.

Um comentário:

  1. Caro senhores, meu no é Willame sou admirador dos pompos correio desde minha infância onde foi criador dos meus 12 aos 21 anos, hoje aos 43 e com melhores condições gostaria de voltar a cria-los, peço ajuda e informações de como obter boas especies e preço para que possa recomeçar minha criação. Gostaria de saber qual a melhor alimentação q temos para pompos como também vitaminas, vacinas, bom o que for necessario para uma boa criação ok. Meu E-mail willamekel@yahoo.com.br tel:02194383411 PIlares- Rio de Janeiro.
    Att: Willame

    ResponderExcluir