segunda-feira, 7 de junho de 2010

COM UMA BÚSSOLA NO BICO

Sabia que os cientistas acabam de descobrir como os famosos pombos-correio se orientam?

Há muitos anos, quando não existia correio nem internet, as pessoas usavam pombos para enviar mensagens, que chegavam direitinho ao seu destino! O que ninguém entendia era como as aves viajavam longas distâncias e sabiam voltar para casa... Pois foi isso que os cientistas da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, descobriram!
Sabia que os pombos-correio têm algo parecido com uma bússola no bico? Esse instrumento, você sabe, serve para orientação. Ele tem uma agulha, que indica o norte, facilitando assim que alguém localize a posição em que está.
Os cientistas da Nova Zelândia revelaram que os pombos-correio têm minúsculas partículas de ferro no bico superior que funcionam como as agulhas de uma bússola. “Essas partículas, que poderíamos comparar a agulhas, giram e sempre indicam a direção norte”, explica Cordula Mora, coordenadora da pesquisa.
Sabe por que isso ocorre? Pela mesma razão que leva a agulha de uma bússola a mostrar o norte: por conta da interação com o campo magnético da Terra. Se você não faz idéia do que seja isso, anote: por causa da composição e dos movimentos do interior do nosso planeta, ele acaba se comportando como um imenso imã, ou seja, ele produz um campo magnético parecido com o de um imã comum, com dois pólos. Além disso, esses pólos (chamados de magnéticos) coincidem aproximadamente com os pólos geográficos da Terra.
A agulha da bússola, por ser feita de um material magnetizado, também tem um pólo norte e um pólo sul. Por isso, ela gira alinhando-se com os pólos magnéticos da Terra: seu pólo norte aponta para pólo sul do campo magnético da Terra. Por isso, escolheram chamar de pólo sul magnético aquele que fica próximo do pólo norte geográfico. Assim, o pólo norte da bússola aponta aproximadamente para o pólo norte geográfico, como as “agulhas” dos bicos dos pombos-correios!
Isso indica que essas aves se orientam pelo campo magnético da Terra, uma idéia que outros cientistas já tinham levantado, mas que não conseguiram provar. Esse feito coube aos pesquisadores da Nova Zelândia. Mas como eles fizeram isso?
Os cientistas colocaram pombos-correios em um túnel de madeira com uma plataforma em cada extremidade e os treinaram para escolher uma delas. Quando havia mudança no campo magnético, eles deveriam ir para uma plataforma. Quando não havia alteração, para outra. Na maioria das vezes, as aves fizeram a opção certa, o que mostra que foram capazes de notar as variações no campo magnético e se guiar por elas!
Porém, para terem certeza de que haviam chegado à conclusão certa, os pesquisadores fizeram ainda outros experimentos. Em um deles, eles colocaram ímãs no bico superior dos pombos para saber se haveria alguma interferência da capacidade de orientação das aves. Resultado: os animais tiveram suas habilidades prejudicadas.
Por que isso ocorreu? O ímã também tem um campo magnético em torno de si, dessa forma, as “agulhas” presentes no bico dos pombos-correio passavam a se orientar por este campo magnético e não pelo da Terra! Assim, as aves ficaram desorientadas.
Em outro teste, os cientistas anestesiaram a área ao redor do bico superior das aves e verificaram que elas tiveram problemas de orientação. O resultado demonstra a ligação entre a região e a habilidade dos pombos em se localizar. Depois, o grupo cortou o nervo olfativo, que leva informação do nariz para o cérebro, de alguns pombos. Isso para saber se a idéia de que essas aves orientam-se por odores da natureza, defendida por certos cientistas, é correta. Nesse caso, porém, a orientação dos animais não foi afetada, comprovando que o olfato não faz diferença na hora de eles se localizarem!
É, os pombos-correios são mesmo bichos incríveis. Vai dizer que você não ficou com vontade de trocar seu carteiro ou e-mail por um animal desses?!RSRSRSRSRS

Arte de criar pombos-correios contagia milhares de esportistas em todo mundo!


Importante ferramenta de guerra. Atuavam como mensageiros entre os soldados nos campos de batalha e suas respectivas bases. Hoje, aposentados das funções militares, movem um hobby que impressiona pelas proporções que atinge mundo afora. Estamos falando dos Pombos-Correio e da columbofilia, a prática de criá-los para competição.


É que o apurado instinto que essas aves têm de voltar para o local onde cresceram propicia um badalado universo de torneios que consistem basicamente em soltar pombos em regiões distantes de seus criadouros de origem com o objetivo de que retornem a eles o mais rápido possível. Todos os anos, no mundo inteiro, são promovidos centenas - muitas vezes milhares - desses campeonatos, também chamados de corridas. Na Europa o prêmio pode chegar a US$ 1 milhão.


Mas foi com a transmissão de mensagens pessoais, especialmente as de amor, que esses animais ganharam fama. "Um mito comum em torno dos pombos-correios é o de que eles levam mensagens para qualquer lugar. Eles só retornam ao local de origem, por isso só podem levar cartas de amor para o marido ou a esposa que ficou em casa", esclarece Wallace Magalhães, criador de pombos, que mantém um criadouro na Bei Cantoni Cama e Café.
Onde tudo começou

A história da columbofilia remonta dos idos de 6000 a.C. Foi uma das primeiras aves domesticadas, por volta do ano 3 mil a.C. A partir do ano 1.800 a.C., passou a ser usada para levar mensagens. As primeiras referências, além das bíblicas, são da quinta dinastia egípcia, cerca de 3 mil anos a.C.
O pombo foi um dos primeiros animais domesticados e o homem logo descobriu a utilidade que o faz sempre retornar. Desse modo, ao partir para longas viagens ou campanhas militares, bastaria levar alguns pombos domesticados para mandar mensagens de volta ao lar, amarrando-as em anéis presos às suas patas. A técnica fez com que assumissem função tática fundamental em guerras, ao levarem de volta informações do campo de batalha.
Originária da Bélgica, nos meados do século XIX, a columbofilia tem inúmeros seguidores. O pombo-correio atual é ave de migração e costuma voltar aos mesmos lugares. Surgiu de cruzamentos entre raças belgas e inglesas, efetuados na segunda metade do século 19. E foi selecionado para apurar suas características principais: o sentido de orientação, a velocidade e a resistência à fadiga (chega a percorrer de 700 a mil quilômetros por dia).
No Brasil a arte foi difundida em 1933, no governo Getúlio Vargas, como meio de comunicação. Mas já na década de 60, com o advento dos veículos de comunicação de massa, a prática columbófila voltou-se para a competição.
Velocidade e categorias

Pombos competidores altamente treinados são capazes de alcançar distâncias de 800 km numa velocidade maior do que 100 km/h. Eles são levados ao local da competição e, depois de soltos, guiam-se por ondas eletromagnéticas, pelas quais seguem em linha reta até chegar em casa, onde fixaram residência.
As corridas entre pombos-correio têm quatro categorias, definidas pela distância: velocidade (até 300 km), meio fundo (de 300 a 500 km), fundo (de 500 a 100 km) e grande fundo (acima de 1000 km).
Senso de direção

Não se sabe exatamente como os pombos conseguem descobrir o caminho de volta para o local em que cresceram. Uma das teses defendidas é que se orientariam pelo campo magnético da terra. Outra acredita que se guiem, sobretudo, por odores da atmosfera. Seja como for, uma coisa é certa: salvo raras exceções, o instinto de retornar se dá exclusivamente em relação ao lugar em que nasceram ou a que foram levados com até cerca de 1 mês de vida.
Saúde

Bem diferentes dos pombos de cidade, conhecidos por causarem freqüentes incômodos de ordem sanitária, estética e higiênica nos grandes centros urbanos, os pombos-correio são 100% saudáveis porque são tratados por meio de vacinas e medicamentos de uso contínuo, que combatem parasitas e doenças. Alimentam-se de rações balanceadas e suplementos vitamínicos.
Curiosidades

Usados há milhares de anos para o envio de mensagens, os pombos são personagens comuns em contos, lendas e até na Bíblia. Foram fundamentais em diversos momentos da história, como os apresentados a seguir:
* O faraó egípcio Ramsés III divulgou sua subida ao trono através dos pombos-correios;

* Os pombos também eram usados no Egito para anunciar a subida das águas do rio Nilo;

* No Império Persa havia um representante da administração pública responsável pelo controle do envio de mensagens através de pombos-correios;

* O rei Salomão utilizava, exclusivamente, pombos-correios na transmissão das suas ordens aos governadores das províncias do seu império;

* Na Grécia Antiga, as cidades-estado recebiam, através dos pombos-correios, os resultados dos jogos olímpicos;

* Os romanos, no período da ocupação da Gália, enviavam noticias a Roma através de uma série de pombais escalonados;

* Em 1288, no Cairo, eram empregados 1900 pombos-correios no serviço postal regular;

* O Sultão Nur-Eddin (séc. XII) criou um serviço postal por pombos-correios entre Bagdad e todas as cidades do seu Império;

* Joinville, nas suas "Crônicas", relata o relevante papel desempenhado pelos pombos-correios durante as Cruzadas à Terra Santa;

* Na Idade Média, só aos senhores feudais e ao clero era autorizada a criação e detenção de pombos-correios, regra abolida apenas com a Revolução Francesa, em 1789;

* Em 1815, a primeira notícia que chegou em Londres sobre a derrota de Napoleão em Waterloo, foi transmitida pelo Ministério da Guerra londrino através do telégrafo. Mas a mensagem chegou incompleta, dizendo: "Wellington defeated..." (Wellington derrotado), esta notícia causou o pânico na opinião pública e a bolsa entrou em queda. O banqueiro Rothschild, que utilizava regularmente os pombos-correios nos seus negócios, tinha alguns deles na zona de combate. Assim, ele recebeu a informação correta e adquiriu, por valores irrisórios, a maior parte dos títulos e ações comercializados na bolsa. No dia seguinte, chegou o telégrafo com a notícia correta: "Wellington defeated french army" (Wellington derrotou o exército francês), o que causou uma alta na bolsa e, consequentemente, lucros gigantescos para Rothschild;

* Por volta do ano 1900, a empresa francesa Compagnie Général Transatlanti recebia noticias dos seus navios através de uma rede organizada de pombos-correios;

* Na Primeira Guerra Mundial, mais de 30 mil pombos foram utilizados nas frentes de combate. A Alemanha, reconhecendo o perigo representado pelos pombos-correios, ordenou seu extermínio nas regiões ocupadas;

* Durante a Segunda Guerra Mundial, sempre que as comunicações via rádio eram interceptadas ou perturbadas pelos adversários, os pombos-correios eram utilizados;

* Em 1948, o governo português concedeu o Estatuto de Utilidade Pública ao pombo-correio;

* Na década de 50, na Argentina, cerca de 60 mil pombos ainda serviam como meio de comunicação postal;

* Durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), a criação de pombos-correios foi proibida no Brasil, pois segundo os militares, facilitariam a transmissão de informações de caráter subversivo;

* A columbofilia continua, em diversos países, como Espanha ou Cuba, sob a fiscalização do Ministério da Defesa.