terça-feira, 16 de junho de 2009

Dados da Federação Portuguesa de Columbofília.

DADOS FEDERAÇÃO PORGUESA
O VENTO.
O vento é sem qualquer dúvida, o primeiro factor que determina a velocidade do regresso dos pombos a casa. A velocidade do regresso ao pombal resulta da soma vectorial da sua velocidade e da velocidade do vento. Os melhores pombos compensam o arrastamento provocado pelo vento fazendo uma rota próxima da linha recta entre o local de solta e o pombal, compensando a “deriva” do vento, ou seja o empurrar para fora dessa linha recta. Assim, aqueles que voam obliquamente em relação à direcção do vento, seguem uma trajectória que é a linha recta que liga o ponto de partida (local da largada) ao pombal. Daí que por vezes se diga “que vem da linha” ou por outro lado “que se passou”. Estes são termos usualmente utilizados para diferenciar os que fazem a compensação à intensidade e direcção do vento e os que não a fazem e se deixam arrastar.
A velocidade de um Pombo correio, sem vento, varia sensivelmente, entre os 70 e os 80 km/h. Assim, qualquer intensidade de vento aumenta ou reduz esta velocidade, dependendo apenas do seu sentido.
A direcção e a velocidade do vento diferem com a altitude. Regra geral, a velocidade do vento aumenta com a altitude, – desde que o ar arrefeça na vertical – mas esse aumento é muito variável.
Por vezes a diferença é mínima, mas a velocidade do vento pode igualmente duplicar logo que se atinja os 300 metros de altura. Os Pombos correio que voam acima de 300 metros são raros; a maior parte do tempo voam mais baixo. Mas aqueles que, no momento certo, ganham altitude encontram no vento de “rabo” uma enorme vantagem. Esta pode ser uma explicação para os grandes avanços que certos vencedores têm em relação aos seus concorrentes. Normalmente quanto mais baixa é a altitude, mais fraca é a velocidade do vento. Isto deve-se à fricção entre o ar em movimento e a superfície do solo. Com o vento contrário, o pombo “abriga-se” e aproveita as variações da intensidade do vento voando junto ao solo, por vezes a menos de um metro do chão, aproveitando deste modo o impulso ascendente favorável provocado pelo remoinho resultante do escoamento laminar do vento. Isto é perigoso por causa dos obstáculos: antenas, fios eléctricos e vedações, etc., e é necessário que o pombo possua uma grande perícia e uma grande preparação para este tipo de voo, uma aptidão excepcional em girar e reflexos rápidos. Nem todos os pombos o podem ou conseguem fazer ao mesmo nível.
Os ventos cruzados exigem mais compensação do desvio. Há estudos em que os melhores pombos adaptam efectivamente a sua “cabeça” para reentrar em linha recta, da maneira mais eficaz. Um vento cruzado juntamente com a chuva torna a navegação mais difícil. Há menos pombos a navegar correctamente e a duração do voo é prolongada. Um vento cruzado tem uma influência mais nefasta nos borrachos que nos “velhos”. A eficácia da navegação é nestes casos inversamente proporcional à idade do pombo.
Mesmo a uma altitude muito baixa, com menos vento cruzado ou contrário, os melhores pombos compensam o desvio do vento.Quando existe vento de “bico” o voo torna-se mais lento, mas não resulta necessariamente num mau voo.. O vento não deve ser duma força tal que as dificuldades em ultrapassa-lo, ultrapassem as possibilidades físicas do pombo. Um vento de frente com mais de 50 km/h com rajadas ainda mais fortes, age não só no abrandamento, mas também desmoraliza o pombo. Só por si este elemento com estes valores é a razão de muitas percas. Vento de frente de 20 a 30 Km/h ou mais, no fim do voo, não só é extremamente fatigante, mas é também muito desmoralizante. Por conseguinte, muitos pombos abandonam o voo directo, pousam e regressam no final do dia ou nos dias seguintes.
Os ventos de “rabo” aumentam a velocidade e são sempre uma influência favorável. Há apenas que ter em conta que os pombos jovens passam mais facilmente, por vezes com outros, ao largo do seu pombal. Saliente-se ainda que ventos de “rabo” cruzado com mais de 60/70 km/h podem ser causadores de muitas percas devido à deriva, pois passado o pombal têm que voltar para trás com vento de “bico”, o que além de desmoralizante é extremamente fatigante.
Os ventos fracos e variáveis tornam o voo mais lento mas não resultam num mau voo. Aparentemente eles tornam a navegação mais difícil. A influência negativa desses ventos é mais elevada sobre os borrachos. Em certos casos estima-se que haja uma diminuição na velocidade de regresso na ordem dos 10%. O abrandamento é ainda mais pronunciado quando um vento fraco variável está associado a altas temperaturas de 30 a 35º C.
Um abrandamento significativo observa-se logo que o vento fraco variável é seguido, por exemplo, de um vento cruzado com um pouco de chuva. Assim num concurso de fundo com estas condições, os melhores pombos chegam no limite das suas forças.
Pode-se dizer que:
Os ventos de “Rabo” são sempre favoráveis. Saliente-se que ventos fortes com mais de 60 km/h poderão causar arrastamentos preocupantes;
Os ventos com componente de frente, abrandam sempre o voo em função da sua velocidade e do seu ângulo de incidência. Uma velocidade elevada do vento pode ultrapassar as possibilidades físicas dos pombos. Velocidades de vento de “bico” acima de 60 km/h são muito difíceis para os pombos e tornam-se desastrosas se acompanhadas de rajadas;
Os ventos cruzados causam desvios, o que dá origem a que os pombos adoptem uma rota de regresso ao seu pombal seguindo uma trajectória mais ou menos arqueada. Só os melhores pombos a navegar chegam em linha recta, compensando, deste modo, o desvio do vento;
Os ventos fracos e variáveis têm influência negativa na navegação pelo que abrandam o voo.

Matheus Rangel
Programador Webmaster

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