Londres, 31 ago (EFE).- Os serviços de espionagem britânicos elaboraram um plano para usar pombos-correio para enganar os nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), segundo os documentos secretos desclassificados hoje no Reino Unido.
O MI4, departamento do Diretório Britânico de Inteligência Militar, quis despistar o inimigo com o envio de pombos portadores de informação falsa à França antes do Dia D, o desembarque em 1944 das tropas aliadas na Normandia (noroeste francês).
Segundo os documentos, divulgados pelo Arquivo Nacional de Kew (oeste de Londres), os serviços secretos britânicos pensaram nesse plano depois de os alemães interceptarem pombos que transportavam notas dos aliados.
Os documentos mostram que os aliados mandaram milhares de aves com informações para ajudar a resistência francesa durante a ocupação alemã no país.
No entanto, só 10% dessas aves retornaram à Inglaterra, "por isso é preciso assumir que grande quantidade caiu em mãos alemãs", conclui, em carta, o capitão Guy Liddell.
Em 1943, o MI4 decidiu se aproveitar da circunstância e defendeu o envio de pombas com dados falsos, que dessem a entender à inteligência nazista que a invasão aliada aconteceria em Pas de Calais, região situada mais ao norte que a Normandia.
"Por enquanto, os pombos estão sendo lançados em pára-quedas no território ocupado", escreve, em uma carta, o tenente-coronel Tommy Robertson, ao relatar que "um questionário acompanha cada pombo".
"Parece-me que é um meio possível de enganar o inimigo", diz.
No entanto, o plano não chegou a ser colocado em prática, disse o professor Christopher Andrew, historiador oficial dos serviços secretos britânicos.
"O uso de pombos para levar informação enganosa sobre o desembarque do Dia D foi uma idéia certamente considerada, embora o plano não tenha sido aplicado ao final", conclui Andrew.
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